sexta-feira, 4 de março de 2011

Texto publicado no site da Editora:

Pode até passar o tempo

Gosto de curtir a vida, a família e os amigos.
Gosto de dar risadas, pular e vibrar, gritar ao mundo que aqui estou e que vim para ser um vencedor.
Gosto de música e televisão.
Gosto do ar do campo. Adoro sentir o cheiro de terra molhada.
Gosto do mar e gosto de amar.
Gosto de ler um bom livro à sombra de uma árvore. Sou menino, sou carente, sou poeta. A vida não me inquieta, sou criança, sou adulto, sou camaleão.
Gosto da vida porque a vida gosta de mim. Tenho pouco, mas tenho tudo. Minha família é o meu chão, o alicerce que sustenta o meu corpo, a luz que ilumina a minha alma. Sou ser humano feito de carne e osso, mais osso do que carne. Sou ombro amigo, companheiro, humilde cidadão.
Gosto do sol, da terra, do ar. Gosto de sentir a água gelada da chuva em tempos de primavera, o aroma das flores do campo e o frio da serra fazendo arrepiar cada pelo espalhado pelo meu corpo.
Gosto de ouvir o canto dos pássaros ressoando feito uma bela canção aos meus ouvidos.
Gosto de recordar, reviver o passado e me ver criança, feito menino travesso, pés descalços sobre um gramado verdejante correndo atrás de uma bola de futebol em um campinho de terra, levantando a poeira do chão.
Gosto das coisas simples da vida. Adoro recordar, olhar para trás e perceber que nada fora em vão.
Enxergar um menino inocente, um leão sem medo do perigo, desprovido de maldade que desce a ladeira em seu carrinho de rolimã ou brinca de cabra cega feito homem que não enxerga com os olhos, mas que sente com o coração.

Flavio Lopes